DESCOBERTAS DO SÉCULO 18

09/11/2014 14:39

A I EXPEDIÇÃO da SIFETE - Pesquisa Científica já havia encontrado várias peças arqueológicas do período Neolítico. Claro que muito ainda tinha pra ser encontado e estudado. Como minha equipe ainda tinha tempo, buscamos vasculhar a área em busca de novos vestígios. Tínhamos um bom guia e isso poderia ajudar seguramente.

Andamos grande parte da manhã fazendo paradas para descanso e para que pudéssemos documentar através de fotos o nosso percurso.

A "Fiança", cadela fiel, nos acompanhou todo o tempo nessa expedição.

Chegamos ao vale, indicação do Sr. Dino, nosso guia, e a esplêndida visão nos obrigou a parar para que pudéssemos contemplar tão magnífica natureza. Era como uma enorme boca, com seus 4 quilômetros de diâmetro, a devorar frondosas árvores e bananeiras carregadas. Tínhamos que descer uma grande encosta, bastante perigosa e devido a cautela, levamos algum tempo.

O mato era muito fechado. As bananas maduras que encontramos nos deram o almoço naquele dia e ainda levamos algumas para o alojamento.

Penetrados na densa vegetação, podíamos sentir a flora e perceber a fauna circundante. Os brejos, que nos atolavam até os joelhos, não eram motivos para retroceder.

Após bom tempo de caminhada, chegamos ao leito de um riacho. Já estava anoitecendo. Algo parecia estranho ali, e ao penetrarmos num cerrado núcleo de centenárias árvores, pudemos notar o que restou de muros de taipa de um período em que o trono português dominava o nosso minério e o nosso café. Limpamos o local para que pudéssemos visualizar tão rústica construção, mas que por ser de barro amassado e tiras de bambu, era bastante forte para que pudesse suportar a intempéries durante dois séculos. Eram enormes blocos, partidos daquilo que em pé, abrigou da chuva e do vento, o humilde homem do campo, sem dúvida nenhuma do século XVIII.

Foto: Omar Bueno

Ruínas de taipa do século XVIII.