PAI

15/08/2014 13:57

Na força do seu pulso, o incentivo de ser criança.

O tempo se vai longe, mas não mata o que ficou em minha lembrança.

Falar da vida, falar daquele aceno.

Viver de novo a minha infância.

Apenas o toque de suas mãos

e, na rudez de sua pele, amor, ternura, abrindo o meu coração.

No peito uma alma sempre ativa

e no suor de seu rosto, tez aflita,

a preocupação de me fazer adulto.

Trilhou os meus caminhos lado a lado.

Atravessou comigo o mar, mesmo calado,

mas me dando a segurança que a “vida” poderia me tirar.

No seu sorriso, a alegria apenas por eu ser.

Sentou na relva e como brisa que acalenta

se fez criança e brincou comigo.

Não falava da tristeza nem da melancolia;

São coisas de adulto, ele dizia.

Mas na sua paciência, me ensinou sabedoria.

Na sua brandura me ensinou ternura.

Na sua dor me mostrou o que é amor.

E como o véu da noite que com o brilho das estrelas cai,

me ensinou a ser como ele, pai.

 

Do livro "INSPIRAÇÃO" de Omar Carline Bueno

www.clubedeautores.com.br/book/50152--Inspiracao#.U-48g_ldWSo