PAI
Na força do seu pulso, o incentivo de ser criança.
O tempo se vai longe, mas não mata o que ficou em minha lembrança.
Falar da vida, falar daquele aceno.
Viver de novo a minha infância.
Apenas o toque de suas mãos
e, na rudez de sua pele, amor, ternura, abrindo o meu coração.
No peito uma alma sempre ativa
e no suor de seu rosto, tez aflita,
a preocupação de me fazer adulto.
Trilhou os meus caminhos lado a lado.
Atravessou comigo o mar, mesmo calado,
mas me dando a segurança que a “vida” poderia me tirar.
No seu sorriso, a alegria apenas por eu ser.
Sentou na relva e como brisa que acalenta
se fez criança e brincou comigo.
Não falava da tristeza nem da melancolia;
São coisas de adulto, ele dizia.
Mas na sua paciência, me ensinou sabedoria.
Na sua brandura me ensinou ternura.
Na sua dor me mostrou o que é amor.
E como o véu da noite que com o brilho das estrelas cai,
me ensinou a ser como ele, pai.
Do livro "INSPIRAÇÃO" de Omar Carline Bueno
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