DISCOS VOADORES - (Relatório N. º 11/1980) - SIFETE

27/05/2016 18:21

 

                Tão logo soubemos que Eliezer Sanches Correa havia visto e fotografado um suposto OVNI (Objeto Voador Não Identificado), nos apressamos em tomar o seu depoimento e conseguir a referida fotografia para análise.

Equipe responsável: Alexandre Mendes da Rocha, Marcos Carline Bueno, Omar Carline Bueno.

Eliezer tinha na época, 1978, 18 anos de idade, era Técnico em Mecânica e trabalhava na IBM Brasil, na cidade de Hortolândia - SP.

— Eu sou um cara muito ligado na cidade de Sumaré e eu me interessei em tirar uma foto da cidade. Então, minha irmã tinha acabado, ou melhor, eu tinha acabado de tirar uma foto do meu cunhado, porque ele fez uma construção. Então nós chegamos no quintal de casa e tiramos. Aí eu falei. Bom! Eu vou subir em cima da casa. Troquei o filme, a última chapa eu bati da construção, minha irmã tinha acabado de me dar o filme naquela hora.

— Olha! Sério! Foi um negócio muito estranho, porque desde aquele dia eu estou ainda um pouco passado. Não faz muito tempo. Chegou o filme ontem de Manaus onde eu mandei revelar. Então eu subi em cima de casa, ela até segurou a escada pra mim, e lá fiquei olhando a cidade toda pra ver onde ia bater. Estava com o binóculo no pescoço porque ia fazer um teste. Eu ia colocar a binóculo na frente da máquina e ia ver no que ia dar, certo?

— Então, estava pronto pra bater, quando escutei um barulho assim, como uma descarga de vapor. Eu não me preocupei, certo? Fez muito longe; eu percebi que estava muito longe, percebi lá em cima assim, mas não vi o que era. Então, lógico que todo mundo tem um "rabo de olho", né? É assim que se fala; a gente está olhando aqui, mas está vendo lá. Então eu vi aquilo, mas achei que era um avião e continuei olhando a cidade, certo? E fez de novo o barulho e parou. Aí eu notei que ele estava indo como uma propulsão só e parou. Olhei lá porque eu fiquei preocupado com aquilo e fiquei meio assustado. Bati primeiro, certo? Pensei em correr atrás dele e quase caí do telhado. Tinha uns amigos passando pela rua, uns velhos. "Seu Rogério, olha lá!" Ele olhou pra mim e... "Olha lá, pô!" Quase estava pulando do telhado pra correr atrás do "bitelo". Ele tentou olhar, mas não deu tempo. Ele sumiu no horizonte, foi embora "beleza". Foi em fração de segundos. De uma chapa pra outra eu levei menos de segundos pra bater.

 

Depoimento

Segundo depoimento prestado, colhemos mais algumas informações. A data exata, não tinha lembrança, mas sabia que foi entre julho e agosto, por volta de 17h 30m.

Pedi pra que falasse do tempo e do céu.

— O tempo estava "beleza". Tinha algumas nuvens, mas não estava ventando. Eu calculei que poderia ser um jornal que tivesse voando. Eu estava vendo uma coisa, estava ouvindo uma coisa. Tudo que estava passando eu estava vendo, por isso não podia ser o jornal porque não tinha vento.

Quer dizer que isso aconteceu em Sumaré? Perguntei.

— É, foi em Sumaré.

E o objeto? Tinha alguma coloração? Alguma luz?

— Não me lembro porque, francamente, foi num estalo; por isso eu não contei pra ninguém e esperei a foto vir pra não ser debochado, porque "vai que a foto fica tudo queimada, borrada e tremida". Depois que chegou, aí eu confirmei e, infelizmente, ficou muito longe. Era uma máquina ruim mesmo.

E que máquina era?

— Era uma Kodak Instamatic; é aquela que vende barato por aí. Aquela que você compra e ainda vem um filme de graça.

 

Pré-análise

O filme nos foi cedido e pudemos então observar a nitidez da foto e as formas do objeto em questão. Depois, analisamos e estudamos com tranquilidade e meios adequados, o negativo fornecido pela testemunha.

Conclusão

Do que pudemos tirar da narrativa, a testemunha realmente falou sem hesitação ou mesmo contradições. Alguns dias depois, visitamos novamente a testemunha, então em sua residência (a primeira vez foi no seu local de trabalho), e pudemos ouvir novamente a história com os mesmos detalhes e sem qualquer omissão.

Pela análise efetuada no negativo, pudemos concluir que se trata de foto autêntica, sem qualquer truque fotográfico, mancha ou defeito do filme ou na revelação.

Realmente o objeto aéreo estava lá.

Assim, a nossa conclusão é que de fato, um Objeto Voador Não Identificado foi visto e fotografado pela testemunha Eliezer Sanches Correa.

Observação

Notamos que há diferença no horário da aparição entre o depoimento e a análise fotográfica, como mostramos a seguir:

Análise do negativo fotográfico

Examinando o negativo que me foi enviado para análise, verifica-se o seguinte:

a)      Negativo obtido por máquina com objetiva de um só elemento (do tipo instamatic), não havendo, portanto definição acentuada em seus contrastes e nos contornos dos objetos ali fotografados.

b)      Com a ajuda de um ampliador com condensador de 2 elementos, plano/convexo, objetiva de corte de 135mm de 5 elementos, a uma elevação de 85cm, obtivemos um quadro com 16,5cm X 15,5cm. Notamos:

 

1-      Filme marca Kodak, bitola 126, chapa nº 1.

2-      Filme ligeiramente arranhado, pouca densidade nos primeiros planos, melhorando na linha do horizonte e no céu que se apresenta com nuvens, luz solar nascente de aproximadamente 11 horas, com uma inclinação de 60°, na posição de trás da máquina fotográfica, iluminação em todos os objetos constantes da foto, oriunda do mesmo ponto, inclusive e especialmente observado no objeto que se encontra em elevação no ar.

 

No primeiro plano consta o telhado de uma possível residência, aparecendo o poste de entrada de força, um mastro de antena de televisão, com seus respectivos fios e pouco mais distanciados outra antena de televisão; em um plano secundário, observa-se uma grande construção, casas esparsas e campo.

 

Na parte superior, um objeto que parece pairar no ar, apresentando a sua parte inferior plana, seguida de um bojo superior convexo, refletindo a luz solar.

 

Conclusão

Diante do material apresentado (negativo de imagem direta, com cópia de tamanho 25,5cm X 20,0cm e outra 10,0cm X 10,0cm), não foi possível notar sinais que evidenciassem montagem ou superposição de imagens, ou mesmo truque fotográfico, não só pelo tamanho ínfimo do objeto ora analisado, o que seria dificultoso para quem tentasse.

 

Analisado por: Instituto Brasileiro de Identificação

Responsável pela análise: Nedyr Mendes da Rocha

 

(Relatório N. º 11/1980) - SIFETE

Texto: Omar Carline Bueno